Um problema silencioso em ascensão
Nos últimos anos, os distúrbios do sono entre jovens se tornaram uma preocupação crescente para médicos, educadores e famílias. A chamada Geração Z, composta por pessoas nascidas entre meados de 1995 e 2010, tem apresentado um aumento expressivo nos casos de insônia, sono fragmentado, dificuldade para adormecer e síndrome da fase do sono atrasada.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 70% dos adolescentes não dormem o suficiente durante a semana. E esse déficit crônico de descanso não afeta apenas o rendimento escolar ou a disposição física: ele está profundamente ligado ao desenvolvimento emocional, à saúde mental e ao risco de doenças crônicas.
Por que os jovens estão dormindo tão mal?
A resposta passa por um conjunto de fatores comportamentais, biológicos e ambientais que se intensificaram com a vida digital e o estilo multitarefa da atualidade:
1. Uso excessivo de telas
A exposição à luz azul de smartphones, computadores e televisores inibe a produção de melatonina, o hormônio natural do sono. Um estudo da Harvard Medical School mostrou que usar dispositivos com luz azul por até duas horas antes de dormir pode atrasar o início do sono em até 1h30.
2. Ritmo circadiano naturalmente tardio
Durante a adolescência, o corpo passa por uma alteração natural no relógio biológico. Jovens tendem a dormir e acordar mais tarde. O problema é que as exigências sociais (escola, estágio, compromissos) não acompanham esse ritmo, criando um descompasso constante.
3. Ansiedade e pressão social
A Geração Z convive com níveis elevados de estresse emocional. Pressões por desempenho, exposição nas redes sociais, insegurança quanto ao futuro e a pandemia de COVID-19 agravaram quadros de ansiedade generalizada, que afetam diretamente a qualidade do sono.
4. Ambientes de sono inadequados
Luzes acesas, colchões desconfortáveis, ruídos ou falta de rotina na hora de dormir são fatores que tornam o sono mais superficial. Jovens que não têm um espaço propício ao descanso estão mais suscetíveis a dormir mal, mesmo que passem muitas horas na cama.
As consequências dos distúrbios de sono na juventude
Engana-se quem pensa que o sono é apenas uma pausa no corpo. Durante o repouso, ocorrem processos fundamentais para o crescimento, a consolidação da memória, o equilíbrio hormonal e o fortalecimento do sistema imunológico.
Dormir mal de forma constante na adolescência pode gerar:
Déficit de atenção e dificuldade de concentração;
Alterações de humor, irritabilidade e depressão;
Queda no rendimento escolar e na produtividade;
Comprometimento do crescimento e desenvolvimento físico;
Aumento do risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares;
Maior propensão a vícios em substâncias estimulantes (como cafeína e energéticos);
Isolamento social e piora da autoestima.
A Academia Americana de Medicina do Sono classifica a adolescência como um dos períodos mais críticos para a saúde do sono, e alerta que negligenciar essa fase pode trazer efeitos negativos persistentes até a vida adulta.
A influência das redes sociais e do conteúdo noturno
O impacto do uso das redes sociais no sono dos jovens tem sido objeto de diversas pesquisas. Uma das mais relevantes, publicada no Journal of Youth and Adolescence, revelou que adolescentes que usam redes sociais por mais de três horas por dia têm 55% mais chance de desenvolver sintomas de insônia.
Além disso, conteúdos estressantes, comparações sociais, cyberbullying e FOMO (medo de estar perdendo algo) ativam o estado de alerta e dificultam a transição para o sono profundo. A mente permanece ativa e vigilante, mesmo com o corpo em repouso.
Estratégias para melhorar o sono dos jovens
É possível reverter esse cenário com ações simples e acessíveis. Veja algumas recomendações validadas por especialistas:
Evitar o uso de telas pelo menos 1h antes de dormir;
Manter horários regulares para dormir e acordar, mesmo aos fins de semana;
Praticar atividade física moderada regularmente;
Reduzir o consumo de cafeína, especialmente após as 16h;
Criar um ambiente escuro, silencioso e confortável para dormir;
Optar por colchões que favoreçam o alinhamento postural e a ventilação térmica.
Essas mudanças comportamentais fazem parte do conceito de "higiene do sono", uma abordagem preventiva e educativa que deve ser incentivada por pais, educadores e profissionais de saúde.
A escolha do colchão certo também faz diferença
A qualidade do colchão influencia diretamente a profundidade do sono. Modelos com pouca sustentação ou que retêm calor podem dificultar o relaxamento e causar microdespertares ao longo da noite.
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Alívio inteligente de pressão, que evita desconfortos e formigamentos;
Arquitetura ergonômica, com molas ensacadas e camadas progressivas;
Tecido de conforto térmico, que ajuda a manter a temperatura ideal durante o sono;
Transparência total, com zíper de inspeção em todos os modelos, permitindo visualizar a composição interna.
Para a Geração Z, que já vive em constante hiperconexão e estímulo mental, investir em um colchão de qualidade é um passo decisivo rumo ao equilíbrio.
A urgência de falar sobre o sono dos jovens
Falar sobre o sono da Geração Z é mais do que abordar uma rotina, é discutir saúde mental, futuro e bem-estar coletivo. O transtorno do sono em jovens é um alerta invisível, que pode passar despercebido no dia a dia, mas que deixa marcas profundas quando negligenciado.
Pais, escolas, empresas e marcas têm o papel de incentivar uma cultura de descanso. Afinal, dormir bem não é luxo. É necessidade.
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